13 de novembro de 2014

QUANDO A DANÇA É PERFORMANCE? - Ponto.CE

A partir da curadoria da querida Marcelle Louzada em iniciativa junto à Camila Rodrigues de firmar a presença das artes do corpo no evento Ponto.CE de artes integradas (saiba mais aqui) o Coletivo ES3 foi convidado a apresentar duas performances no dia 08 de novembro de 2014. Nesse primeiro momento de convite, o que mais me chamou atenção foi o "nicho" do evento do qual participaríamos, o de Dança/Performance.
Esse fato logo me remeteu à todo o processo de escrita e pensamento do mestrado e acabei criando a performance "Quando a Dança é Performance?" como um esforço de afirmar a inexistência do limite entre uma linguagem e a outra, afirmando-a. Ao dançar ininterruptamente pelo tempo que meu corpo permitisse, traria para o espaço de ação experiências em Dança e em Arte da Performance misturando-se e apresentando-se ao mesmo tempo. Nesse sentido, a Performance dançaria e a Dança performaria.
Criei um evento no Facebook ao qual as pessoas responderam com estímulos sonoros que eu apenas conheceria no momento da ação e sob os quais eu dançaria  até a exaustão. No espaço da ação seria colocado um texto explicativo como um descritivo de obra que se coloca em galerias, explicitando as questões que a ação traz bem como a possibilidade de interferência por parte do público na playlist criada virtualmente.



DOIS ANOS DEPOIS...

Olhando agora para as datas de postagens do blog percebi que a último texto postado data de dois anos atrás. Fico me perguntando  o que exatamente me fez parar de escrever aqui e, principalmente, o que está me fazendo voltar. Sem dúvida este período, que coincide com o período de escrita propriamente dita da dissertação do mestrado, foi de organização de pensamentos e convicções, foi um processo sofrido e ao mesmo tempo necessário.  Não penso em tentar recuperar tudo que deviria ter postado aqui e não postei, penso que se essa pausa existiu devo respeitar sua necessidade e focar na experiência específica que me fez voltar a escrever por aqui. Os últimos dois anos foram um momento de foco em movimentos intelectuais, onde minha única e mais preciosa criação foi a dissertação em si. Por esse motivo compartilho aqui o motivo de minha reclusão: "Para Transvalorar a Dança Contemporânea: Potências de Dança no (do) Corpo-Artista" .

Para além disso sigamos tratando das próximas experiências dançadas e performadas em meu corpo.





7 de novembro de 2012

PROCESSO DE VIDA E CRIAÇÃO

Aí vão mais anotações para a escritura da dissertação. Exercício proposto pela minha orientadora para perceber quais são as questões de pesquisa que pulsam da minha trajetória. Enjoy, or not...



Em minha trajetória experienciei o Balé Clássico dos quatro aos catorze anos de idade e depois algumas tentativas esporádicas de retomada da prática. Em 2007 ingressei no curso de Teatro onde tive experiências técnicas e estéticas com a linguagem teatral. Durante este processo, participei durantede dois anos (2008-2009) de trabalho do grupo Projeto Disfunctorium com onze artistas que pesquisavam sobre Performance Arte a partir de suas diversas experiências e nos colocávamos juntos nos processos de criação que geraram várias “peças” apresentadas em grupo.
Balé clássico, teatro, performance. Já no decorrer deste último momento pulsavam inquietações sobre minha dança, a que ali se formava. Minha objetividade e pragmatismo exigiam de mim muitas vezes um esforço em diferenciar as práticas que eu realizava, identificava a dança como sequência de movimentos pré-estabelecidos ou não e a performance como a realização de uma ação com um fim, um objetivo. Mal sabia naquele momento que estava tratando da mesma coisa.
Ancorava, ainda que primariamente, esta percepção de ação numa performance criada em 2008 e intitulada Gula, na qual aparecia com o corpo completamente coberto de tinta branca e ao me tocar ia deslocando a tinta e revelando minha cor negra. Eis o objetivo e a ação. O problema dessa primeira tese era a percepção rasa de dança que ainda se espelhava na experiência do balé clássico, que ainda praticava na época, de sequencia de movimentos. Silenciosamente me perguntava: Mas que tipo de movimentos? O que caracteriza uma sequência?
Desde este trabalho vieram outros tantos semelhantes em termos de metodologia, como “Marionetes e Ventrículos” (2009) realizado com André Bezerra no qual, ao tratar de memórias de infância, sou afetada e afeto a movimentação do performer citado através de uma ligação tecida por fios elásticos. Ou mesmo outro trabalho de grande importância na construção do pensamento em dança que cultivo hoje, “O Que Egon Schiele Estaria Dizendo”.